terça-feira, 9 de novembro de 2010

Ações para o curto prazo e ações para o longo prazo

Muitas vezes, deixamos de fazer o que queremos fazer (longo prazo), para fazer o que queremos fazer (curto prazo). No primeiro caso, temos que tomar ações complicadas e não ganhamos muita satisfação, pelo menos no presente. No segundo caso, ganhamos satisfação muito mais rapidamente e com menos esforço, então acredito que essa seja a tendência natural das coisas. Isso explica porque muitas pessoas (incluindo eu) protelam coisas que elas mesmas consideram importantes e gastam tempo fazendo coisas "inúteis" (mas muito satisfatórias).

Acontece que é difícil enxergar o benefício de fazer algo que só vai dar resultado no futuro. Mesmo que racionalmente nós consigamos enxergar dessa forma, emocionalmente não estamos convencidos. E, como as ações estão muito mais ligadas à emocionalidade do que à racionalidade, acabamos deixando de fazer o que deveríamos. Então a questão é: como aprender a enxergar (e valorizar) o benefício a longo prazo?

A resposta que eu tenho no momento é "vivenciando esses benefícios", ou seja, só depois de colher os frutos (do longo prazo) é que podemos aprender a apreciá-los. Para isso, antes temos que vencer o impulso inicial de fazer outras coisas. Estamos dia-a-dia colhendo muito mais frutos do curto prazo do que do longo prazo, então não é nenhuma surpresa que estejamos mais acostumados a buscar a satisfação imediata. No começo, é difícil romper com esse condicionamento, mas (assim como qualquer outra distinção) se torna mais fácil à medida que exercitamos.

Talvez "abrir mão da satisfação de curto prazo, para buscar os benefícios de longo prazo" seja o que as pessoas chamam de "disciplina", mas eu prefiro considerar isso "a distinção de enxergar as coisas atemporalmente".